20 de fevereiro de 2011

Na roda do oleiro

Sabendo que a olaria é uma das actividades tradicionais do concelho de Mafra fomos procurar conhecê-la de perto. Foi uma experiência diferente que iremos lembrar no futuro.

19 de fevereiro de 2011

A lenda da construção do Convento de Mafra

Lenda é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos.


Na pesquisa, que estamos a fazer, encontramos uma lenda que nos mostra as razões que levaram à construção do Convento de Mafra e mais tarde à construção do Palácio, do jardim do Cerco e da Tapada de Mafra.

Com a ajuda da professora Telma dramatizamos a lenda encarnando as personagens de D. João V, de sua esposa, a rainha D. Maria Ana e o Frei António de São José, monge da Ordem de S. Francisco.


Aqui vos deixamos a lenda e as imagens da nossa actividade. Esperamos que gostem, para nós foi uma actividade muito divertida.


Lenda da construção do Convento de Mafra


Narrador: Conta a História de Portugal que el-rei D. João V, nos seus primeiros tempos de casado, vivia em profunda e estranha melancolia.

Certo dia, a rainha sua esposa foi encontrá-lo na varanda larga do palácio, embrenhado em pensamentos que lhe ensombravam o rosto.


Rainha — Senhor, que mágoa sofreis em silêncio?


Narrador: Surpreendido, el-rei tentou disfarçar.


Rei— Negócios de Estado, Senhora...


Rainha— Não me deveis enganar... Lembrai-vos de que sou vossa esposa...


El-rei suspirou. E retorquiu com voz mal segura:


Rei— E não vos engano. Disse-vos e repito-vos: são negócios de Estado.


Rainha— Perdoai, Senhor... Mas a névoa que vejo no vosso olhar faz-me crer que não se trata de política...


Rei— Sois perspicaz. Podeis ler sempre assim no meu íntimo?


Rainha— Penso que sim. Porque, afinal, Senhor, os vossos cuidados devem ser gémeos dos meus.


Rei— Que cuidais então que seja o que me entristece?


Rainha— Digo-vos, Senhor, que é a falta de um filho que vos traz abatido e triste. E tendes razão para isso.


— Sim, tendes razão... Talvez a mim me caiba a culpa maior de tudo isso!


Rei— Não!... Pelo amor de Deus, não penseis tal!... A culpa é minha e só minha!


— Não sei porque razão Deus me castiga assim!... Um rei sem filhos é uma árvore sem frutos!


Rainha— Que havemos nós de fazer, Real Senhor?


Rei— Bem me podeis perguntar, Senhora, que não vos sei responder. Só Deus nos poderá indicar o caminho!


Rainha— Pois vou pedir a Deus, mais uma vez, que nos conceda tal mercê!


Narrador- A rainha foi recolher-se na capela do paço, a rezar fervorosamente as suas orações. Todas com a mesma intenção. Todas elas rogando o mesmo favor. E foi então — diz a lenda — que ela escutou junto de si uma voz velada e lenta, dizendo:


Frei António de São José — Se vós quiserdes, Senhora, el-rei poderá ter um filho.


Rainha— Meu Deus, será possível? Será a Vossa própria Voz que eu escuto, meu Deus?...


Frei António de São José — Não é a voz de Deus, não!... É somente a voz de um dos vossos fiéis servidores.


Rainha— Ah, sois vós Frei António!... Imaginai que cheguei a supor tratar-se de um milagre... que Deus descia até mim para me aconselhar...


Frei António de São José — Senhora, às vezes Deus fala pela boca dos seus sacerdotes.


Rainha— Que pretendeis dizer com isso?


Frei António de São José — O mesmo que vos disse há pouco. — Se vós quiserdes, el-rei poderá ter um filho.


Rainha— Mas eu quero, eu quero, com todas as veras do meu coração!


— Que devo fazer? Dizei-me e assim farei!


Frei António de São José — É bem simples, Senhora... Basta que el-rei faça a Nosso Senhor Jesus Cristo a promessa de construir um convento em Mafra, se Deus lhe fizer mercê de ter um filho varão.


— E estou certo de que o fará! Rainha— Só isso, Frei António de São José? Só isso, nada mais?


Frei António de São José — Só isso e nada mais, Real Senhora.


Rainha— Pois hoje mesmo direi a el-rei que faça essa promessa!


Narrador:De facto, conforme diz a lenda, nessa mesma noite a rainha falou com D. João V acerca de tão extraordinário caso.


Rei— Oh, Senhora, estou pronto a fazer a promessa... Construirei em Mafra o mais belo e sumptuoso convento de Portugal!


Um convento que, em grandiosidade, nada fique a dever aos conventos de Roma!


Rainha— Que alegria me dais, Real Senhor!... Sinto-me reanimada com a vossa promessa e com as palavras de Frei António de São José!... Que Deus vos oiça!... Volto a encher-me de esperança!


Rei— Amanhã mesmo, ao romper da alva, falarei a Frei António de S. José. Conheço-o bem. É um dos mais inteligentes frades da Arrábida. Não me custa a acreditar que a sua fé consiga um milagre!


Narrador- Na realidade, mal surgiram os primeiros alvores da manhã, já el-rei D. João V se encontrava a pé, depois de uma noite agitada pelos mais complexos pensamentos. Logo mandou chamar Frei António de S. José, que não se fez esperar.


Frei António de São José — Vossa Majestade dá licença?


Rei— Entrai, entrai, Frei António! — Sua Majestade a rainha contou-me o que vós lhe dissestes... E eu estou pronto a fazer a promessa!


Frei António de São José — Decerto muita alegria dais a Deus neste momento, Real Senhor!


Rei— Sei que vou contra a vontade de muitos, pois deveis recordar que a ideia de construir um convento em Mafra já foi posta de parte várias vezes, em virtude do ouro do reino estar a ser gasto com outros conventos...


Lembrais-vos do último despacho do desembargador do Paço, Frei António?


Frei António de São José — Lembro-me, sim, Real Senhor, e por isso mesmo mais me alegro…


Ides contra a vontade de muitos... mas ides a favor da vontade de Deus!


Rei— Que assim seja, Frei António. Hoje mesmo deveis acompanhar-nos, a mim e à rainha, até Mafra, para escolhermos o terreno destinado ao convento.


Narrador- E nesse mesmo dia, conforme reza a tradição, em Mafra, olhando o céu, el-rei D. João V, tendo a rainha e Frei António como testemunhas, fez a sua promessa sagrada:


Rei— Senhor meu Deus Todo Poderoso!... A Vós suplico a mercê de fazerdes com que me nasça um filho, que possa continuar a dinastia de Portugal! E eu Vos prometo, Senhor meu Deus, solenemente, que no mesmo dia em que meu filho nascer aqui em Mafra se iniciará a construção do mais grandioso convento de Portugal!


Frei António de São José — Ámen!


Narrador- Desde esse dia, o rei e a rainha de Portugal viveram em constante sobressalto. Até que, certa manhã, a rainha deu a D. João a grande notícia.


Rainha— Senhor… Senhor meu rei e meu esposo… Sinto já o nosso filho a palpitar dentro de mim!


Rei— Louvado seja Deus!


Narrador- Nove meses depois, bem contados, nasceu um principezinho que encheu de encantamento o coração de seu pai.


Rei— Deus seja louvado!... Graças, graças, Senhor! Já tenho um filho!... E obrigado também a vós, Frei António de S. José!


Frei António de São José — Nada tendes que me agradecer, Senhor. Apenas revigorei a vossa fé perdida. Deus, sim, Deus é que merece todas as vossas graças, pois que vos escutou.


— Agora, resta-vos cumprir a promessa que fizestes...


Rei— Assim farei, Frei António!... E mais vos digo. Já combinei com a rainha: em sinal de gratidão por vós, Frei António de S. José, o príncipe de Portugal receberá o nome de José!


Narrador- Cumprindo escrupulosamente a sua promessa — tal com nos garantem a História e a Lenda, entrelaçadas na tradição do povo — nesse mesmo dia, enquanto Portugal inteiro festejava ruidosamente o nascimento do herdeiro do trono, também em Mafra, por ordem de el-rei, se iniciavam com entusiasmo as obras para a construção do grandioso convento.


Adaptado da obra de: MARQUES, Gentil, Lendas de Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores.



Visita à Aldeia típica do Mestre José Franco

Na continuação da pesquisa sobre o passado do nosso meio local, visitámos a Aldeia Típica do mestre José Franco, de quem já tínhamos conhecido algumas obras no Museu Raúl de Almeida (ver artigo anterior).

Ao longo da nossa visita podemos ver como a vida dos nossos antepassados era diferente da nossa, mas a diferença que mais nos surpreendeu foi a sala de aula do tempo dos nossos avós.
A lousa para escrever, as secretárias e a régua. É bom conhecer o passado para melhor valorizarmos o nosso presente.

17 de fevereiro de 2011

Visita Palácio Nacional de Mafra

Longo do mês de Janeiro, andámos a recolher informações sobre o Palácio e o Convento de Mafra.

Terminada a nossa pesquisa, combinámos visitar este importante monumento da nossa vila, para isso convidámos os nossos familiares e no dia 13 de Fevereiro lá fomos.

Visitámos o Convento e de seguida subimos ao Palácio.

Vimos todos os espaços e objectos que já tínhamos visto em fotografia.

Com esta visita aumentámos o conhecimento que já tínhamos sobre o passado da nossa vila e partilhámo-lo com os nossos familiares.

Foi quase uma "Aventura".

Cantinho para os Pais...

"Porque crescer também serve para descobrir se a verdade nos desperta para os outros ou se eles nos utilizam para adormecerermos em nós." Eduardo Sá

"Não o amo por ser bom,... mas por ser meu filho!" Tagore